José Abraão quer aumentos em 2019 e propõe acordo plurianual

José Abraão foi reeleito líder do SINTAP, este domingo, 25 de março, no culminar de um Congresso que deixou claro que a negociação poderá não ser o único caminho a seguir para alcançar uma das principais reivindicações do Sindicato, que os trabalhadores da Administração Pública tenham aumentos salariais em 2019.

AUMENTOS SALARIAIS EM 2019

Os congressistas aprovaram por esmagadora maioria os novos orgãos do Sindicato e um programa de ação que, não obstante enfatizar a predisposição para a negociação enquanto parte da “genética” do SINTAP e reconhecer o caminho que já foi feito no sentido da reposição de direitos – caminho este que foi trilhado muito à custa do seu esforço negocial -, considera que é essencial virar verdadeiramente a página da austeridade, prosseguindo políticas que finalmente invertam a linha de perda de poder de compra dos trabalhadores da Administração Pública que dura há quase uma década.

No seu discurso de encerramento, José Abraão disse que o orçamento do Estado para 2019 terá inevitavelmente de contemplar aumentos salariais para a Administração Pública e proporá a negociação de um acordo plurianual que inclua matérias de incidência pecuniária,  à semelhança do que foi alcançado recentemente em Espanha.

José Abraão disse que a ausência de resposta positiva a esta revindicação aumentará a conflitualidade e conduzirá os trabalhadores da Administração Pública para a adoção de formas de luta mais duras que poderão passar por greves setoriais ou mesmo pela Greve Geral, afirmando a abertura do SINTAP para que essas eventuais greves se possam fazer em unidade na ação com outras organizações sindicais.

DIGNIFICAR OS TRABALHADORES E OS SERVIÇOS PÚBLICOS

Para além da questão salarial, o SINTAP pugnará pelo cumprimento do lema do XI Congresso através da resolução de algumas questões de grande importância para os trabalhadores da Administração Pública, como sejam a revisão de carreiras, a revisão do SIADAP,  a preservação da ADSE como um subsistema público e solidário, o combate às injustiças entre trabalhadores com vínculos laborais diferentes mas coexistentes na Administração Publica, a negociação de acordos coletivas de maior abrangência, não apenas na Administração Central e na Administração Local, mas também nas entidades do terceiro setor, como IPSS e misericóridas, nos Hospitais EPE e no setor empresarial público, a proteção em caso de acidente de trabalho ou doença profissional, entre outras matérias que constam no documento aprovado.

CRESCIMENTO E CREDIBILIDADE

Num Congresso em que Francisco Pimentel foi também ele reeleito como Presidente do SINTAP, foram inúmeras as intervenções de delegados que tiveram como ponto comum o reconhecimento de que o trabalho sindical efetuado nos últimos quatro anos caracterizou-se pelo crescimento do Sindicato em todos os setores da sua área de intervenção, incluindo o terceiro setor, e pela imagem de credibilidade que alcançou junto dos trabalhadores, dos parceiros negociais, da comunicação social e da opinião pública.

Essa credibilidade traduziu-se também no facto de aceite o convite do SINTAP para intervirem na sua reunião magna a Secretária de Estado da Administração Pública e do Emprego Público, Maria de Fátima Fonseca e a Vice-presidente da Federação Sindical Europeia dos Serviços Públicos (FSESP), Françoise Geng, ambas na sessão de abertura, bem como do Secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, que interviu na sessão de encerramento, logo após Carlos Silva, Secretário-geral da UGT, que manifestou o apoio da Central Sindical à luta dos trabalhadores da Administração Pública.

Isto para citar apenas alguns dos convidados nacionais e internacionais que não quiseram deixar de marcar presença num Congresso que deixou patente a vitalidade que se vive no seio do SINTAP.

Programa de ação aprovado no XI Congresso

Galeria de Imagens do XI Congresso